VELHICE, PALAVRA QUASE PROIBIDA; TERCEIRA IDADE, EXPRESSÃO QUASE HOMOGÊNEA
Annamaria da Rocha Jatobá Palacios
A autora traz uma reflexão a respeito da luta entre o vocábulo velhice e a expressão terceira idade, e de como a expressão terceira idade passa a substituir o vocábulo velhice, através dos anúncios de cosméticos, que se valem da associação do processo de envelhecimento ao de decrepitude.
Aponta duas visões conflitantes de velhice, onde a primeira, que chama de visão tradicional, está mais cristalizada, trata o envelhecimento como período mais próximo da morte, de acomentimentos de doenças, fase sombria e outras caracterizações. Já a segunda visão aponta para a existência da terceira idade, como a fase que vem posterior a maturidade e que permite desaparecer os conceitos atribuídos a velhice.
As mudanças ocorridas na pós-modernidade, permitem a adequação do termo terceira idade a essa realidade, pois é criada a imagem de um grupo ativo, que realiza atividades físicas, lazer, possuidores de vida cultural e política, ativos consumidores, que passam longe daquela velha imagem do velhinho recolhido em casa para assistir televisão. Por esta razão, as empresas de cosméticos empenham-se, a fim de cercarem e conquistarem esse público, tão crescente na sociedade.
Por fim, encerra afirmando que a mudança nos discursos influenciam ou estendem efeitos sobre os sujeitos e sua identidades.
PALACIOS, Anamaria da Rocha Jatobá. Velhice, palavra quase proibida; Terceira Idade, expressão quase hegmônica. In: COUTO, Edvaldo Souza & GORLLNER, Silvana Vilodre. (orgs) Corpos Mutantes: Ensaios sobre novas (d)eficiências corporais - 2ª Ed - Porto alegre: Editora da UFRGS, 2009.
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